Este Blogueiro infelizmente faz parte do quadro de pessoas com deficiência física e que tem limitações de locomoções, e tenho observado e enfrentado no dia-a-dia o que todos os outros deficientes, cadeirantes principalmente, enfrenta nesta cidade onde a Lei Federal de nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000 é totalmente desrespeitada, ignorada, onde até o próprio Poder Público Municipal (Executivo e Legislativo), e seus representantes, fazem vista grossa ou não são dotados de nenhuma sensibilidade humana ou senso de responsabilidade.
Da criação da Lai até o dia de hoje já transcorreram 24 anos e 01 mês para que houvessem adaptações estruturais em prédios de acesso ao público, desde os institucionais aos comerciais, como também um amplo trabalho de conscientização e fiscalização do cumprimento da Lei, só que na cidade do Alto do Rodrigues as barreiras arquitetônicas, a falta de respeito e bom senso, são gritantes, são cruciais, e os principais responsáveis pelo cumprimento e pela fiscalização fecham os olhos, e o pior, também não cumpre.
No tocante ao executivo municipal, o desrespeito se inicia na própria sede do executivo, onde em sua entrada tem a rampa e uma porta ampla, dando total direito ao acesso que um cadeirante desejar, só que desde as gestões anteriores a pessoa responsável pela abertura da porta da Prefeitura só abre um lado da mesma, meia-porta, assim impedindo o acesso a um cadeirante. Na secretaria de saúde, até o primeiro bloco do prédio, onde fica a recepão e gabinetes da secretária e adjunta(o), o acesso é livre, mas já para se ter acesso ao segundo bloco onde ficam todas as salas dos demais serviços, a porte tem uma largura que não permite a passagem de uma cadeira de rodas.
Na secretaria de educação, o gabinete da secretária e outras salas funcionam em um 1º andar e o prédio não é dotado de rampa e muito menos de um elevador. Na secretaria de Tributação a acessibilidade também é zero, o mesmo se diz na secretaria de cultura que funciona em um 1º andar, também sem rampa e sem elevador, e assim é em outras secretarias e repartições do executivo municipal, sem acessibilidade, conforme a Lei determina e garante aos cadeirantes.
Caso pior acontece no mercado público, onde na semana as rampas de acessibilidades são obstruídas por motos e carros, impedindo ou dificultando o acesso aos cadeirantes, e já no domingo, dia da feira, essas rampas são obstruídas por barracas (bancas) dos feirantes. Enfim, se um cadeirante tiver o desejo de ter acesso ao interior do mercado público para comer em um dos pontos de vendas de alimentos ou comprar sua carne, infelizmente esse acesso lhe é negado por conta da falta de respeito e da fiscalização.
Na casa Legislativa, conhecida popularmente em toda cidade Brasileira como "A CASA DO POVO", o Presidente daquela casa, Vereador Zé Pedro fez uma reforma e adaptação estrutural que gerou um avanço significante na acessibilidade, mas tem enfrentado um problema crucial que é o bom funcionamento do elevador, este desde a sua instalação sempre apresentou problemas técnicos e raramente se encontra em funcionamento, e como os recursos e os entraves burocráticos ocasionam, a solução para um perfeito funcionamento daquele elevador ou substituição do mesmo por um de meljor qualidade, vem sendo adiado.
No comércio local, não é diferente, raro os estabelecimentos comerciais da cidade que atende a Lei e tem em sua estrutura a rampa de acessibilidade e entrada livre de barreiras arquitetônicas, e pasmém minha gente, o pior é que nos poucos estabelecimentos que são dotados de total acesso para os cadeirantes, a população age de forma desrespeitosa e de alguma forma obstruem esse acesso, principalmente estacionando motocicletas ou veículos em sua frente.
Na casa da ração, por exemplo, quando não é sua própria motocicleta ou fardos de ração impedindo, são carros ou motocicletas de clientes. Na shop papelaria são as motocicletas. Já em Beatriz copiadora, na parte da tarde, seu toldo tampa o acesso pela rampa. No planeta bombom, antes, quando do funcionamento do cartório em prédio vizinho, a rampa era obstruída por usuários do cartório, mas o veículo que mais causa transtornos aos cadeirantes que desejam acessar àquela loja é do empresário Marcelo, proprietário da Casa da Ração, que por motivo desconhecido só acha de estacionar sua caminhonete Hilux de frente a rampa de acesso da loja planeta bombom.
Enfim, Alto do Rodrigues é uma cidade que necessita e urgente passar por um amplo processo de conscientização e adaptação estrutural, que faça cumprir a Lei de Acessibilidade, que respeite os cadeirantes, os trate com dignidade, como toda e qualquer pessoa merece, afinal de contas, cadeirante também paga impostos, também faz compras, também necessita acessar os serviços públicos. Mas a cidade também tem empresários que tem um grande senso de responsabilidade e de respeito, pois não existem exemplos melhores dos que adotados por Eider Medeiros e Henrique, pois o Mega Mais Atarejo e o Shooping são totalmente acessíveis, como também o Soberano, aos quais transmito os meus parabéns.
Aqui de público faço um pedido a prefeita Raquel Lemos que olhe com bons olhos para as pessoas portadoras de deficiência física, os cadeirantes, organizando em cada prédio que funcione um órgão do executivo municipal uma forma em que um cadeirante tenha acesso aos seus serviços. Como também faço um desafio ao Executivo e ao Legislativo municipal, que façam e principalmente ponham em prática, um trabalho de conscientização e a criação de uma guarda municipal ou um setor de fiscalização, com poder de aplicar multas, para as pessoas que colocam os seus transportes bloqueando as rampas de acessos existentes na cidade.