A vereadora e advogada Tatiana Medeiros (PSB), de Teresina/PI,
foi presa em sua residência no bairro Jóquei, na zona Leste de Teresina,
durante uma operação deflagrada pela Polícia Federal na manhã de quinta-feira,
dia 03 de abril. A parlamentar e advogada foi presa em sua residência por volta
das 7h50 em uma viatura da Polícia Federal, seguindo para a sede da PF. Ela no
momento saiu acompanhada de outra mulher, além de seu advogado e tio.
A ação investiga crimes eleitorais, possível envolvimento com
facção criminosa e compra de votos com dinheiro proveniente dessa
organização. Esta é a segunda fase da
operação Escudo Eleitoral, que teve a primeira fase realizada em dezembro de
2024.
De acordo com a Polícia Federal, há indícios de que a
campanha eleitoral de Tatiana Medeiros tenha sido financiada de forma ilícita e
que sua eleição tenha ocorrido com o apoio de uma facção criminosa. Além disso,
a investigação aponta possíveis desvios de recursos públicos de uma instituição
não governamental. Ela foi eleita pela primeira vez nas eleições de 2024 com
2.925 votos.
A defesa da vereadora disse que ainda não teve acesso aos
autos.
Além da vereadora Tatiana Medeiros, seu namorado, Alandilson Cardoso
Passos, também foi alvo da ação da PF. O mandado de prisão preventiva contra
ele foi cumprido em Minas Gerais, onde permanece detido desde novembro do ano
passado, quando foi alvo de uma operação do Departamento Estadual de Repressão
ao Narcotráfico (Denarc).
Alandilson foi preso em Minas Gerais sob suspeita de integrar
uma facção criminosa. No momento da prisão, em 2024, ele estava acompanhado da
vereadora e já tinha uma passagem comprada para viajar a São Paulo.
Nesta quinta-feira (10), o juiz Luís Henrique Moreira Rêgo,
do 1º Juízo das Garantias do Núcleo I, negou o pedido de revogação e manteve a
prisão preventiva da vereadora Tatiana Medeiros (PSB). A parlamentar,
investigada pela Polícia Federal (PF) por suspeita de compra de votos e uso de
dinheiro ilícito na campanha eleitoral de 2024, segue presa no Quartel do
Comando-Geral (QCG) da Polícia Militar do Piauí (PM-PI). Os pedidos foram
realizados no dia audiência de custódia (dia 4 de abril), oralmente, nos quais
o Ministério Público Eleitoral havia solicitado vistas.
Na decisão, o magistrado rejeitou a solicitação da defesa da
vereadora pela adoção de medidas cautelares diversas ao invés da prisão.
“Dadas as circunstâncias concretas, apenas a manutenção da
restrição à liberdade do paciente será eficaz [...] visto que tais medidas
menos gravosas seriam insuficientes para assegurar a efetividade da garantia da
ordem pública e, por conseguinte, da aplicação da lei penal”, frisa.
O juiz também rechaçou a tese de que a concessão de liberdade
à Tatiana Medeiros não representaria risco ao atual estágio das investigações.
“A simples ausência de violência ou grave ameaça nos crimes
apurados não diflui o grau de reprovabilidade in concreto das condutas
atribuídas à requerente, tampouco o risco à ordem pública e à instrução
processual em caso de liberdade da requerente”, argumentou.
Como a vereadora também é advogada, o juiz autorizou a
habilitação da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí (OAB-PI) no
processo que, por meio da Procuradoria de Defesa das Prerrogativas, fará o
acompanhamento e defesa das prerrogativas da advogada investigada, mesmo com o
parecer contrário do Ministério Público por entender que os fatos apurados não
teriam relação com o exercício da advocacia.
Novos advogados de defesa da vereadora Tatiana Medeiros
também foram habilitados ao processo.
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PI) deve apreciar um
pedido de habeas corpus em favor de Tatiana Medeiros na sessão plenária da
próxima segunda-feira (14). A defesa da vereadora sustenta que a prisão foi
exagerada, já que a parlamentar não ameaça o processo, nem testemunhas, possui
réu primário, residência fixa em Teresina e não há risco de sair do estado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário